quinta-feira, 19 de maio de 2011

  Naquele dia acordei com uma sensação estranha. Não dei bola ao que sentia e como de costume fui para a escola. Cursava a sétima série ou oitavo ano. Minha mãe estava internada. Não fui visitá-la na noite anterior. Talvez aquela angústia tenha sido por não tê-la visto.
  Como pude perceber pelo meu comportamento, o meu inconsciente tinha absorvido a informação dada por meu pai meses antes. Minha mãe tinha câncer e eu escondia fingia não conhecer a doença para poupar-me da dor.
  Enfim, toca o recreio e eu penso em minha mãe. Naquele momento não tive dúvida que a visitaria no fim da aula. Todos estavam excessivamente atenciosos naquela saída da escola. Eu percebi. Meu tio não foi me busar como de costume. Meu pai ia levar a mim e a meus irmãos para almoçarmos e algum lugar.
  Era estranho para mim todo aquele acontecimento. Havia algo errado e eu o sabia. Meu pai no carro me questiona e a meus irmãos sobre o conceito de ser vivo. Como sempre respondi, exatamente como a professora ensinara: nasce, cresce, reproduz e morre . O ciclo tinha encerrado para minha mãe.

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