segunda-feira, 30 de maio de 2011

odeio...

Odeio quando as pessoas perguntam como estou. Elas só querem ser educadas. Não querem realmente saber como anda minha vida, se estou bem, se estou feliz. Elas não querem saber da sua vida. Elas não querem te oferecer o ombro pois você sente a cada dia mais a falta da sua mãe. Elas não querem te oferecer o colo pois o relacionamento da sua vida parece a cada dia mais que chega ao fim.
Odeio quando as pessoas perguntam como estou. Elas não querem saber da minha vida. Elas não querem realmente saber como estou. Mas aqui, no meu cantinho da cama posso chorar. Sem ombros, sem colo, sem alguém pra desabafar. Aqui, no meu canto da cama eu posso desmoronar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

  Era noite e mais uma vez eu estava só. Com meus pensamentos desordenados. Minha alma sem sentido. Minha saudade. Minha vida.
  Estava triste e não sabia por que. Por que ela não me entendia? Enquanto eu queria ser reconquistada, ela queria amar.
  Parece que me cachorro sentia que eu não estava legal. Lambia incessantemente o meu braço como que dizendo " eu te apóio".
  O que será que acontece comigo? Por que eu estou me sentindo assim? Queria tanto confiar. Queria poder seguir em frente. E com ela.
Sempre passando na minha cara meus defeitos. As vezes parece que eu só sou feita de defeitos. Fico esperando a hora de dormir, pois esse é o único momento do dia que sinto que ela me ama.
  Dormimos abraçadas. Meu braço chega a doer com o peso da cabeça dela sobre ele. Não nos desgrudamos durante toda a noite. Pela manhã acordo com um mar de beijos. Mas é sair da cama que a relação muda. E lá estão as cobranças novamente.
  Por isso, vou voltar a dormir.
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quinta-feira, 19 de maio de 2011

  Naquele dia acordei com uma sensação estranha. Não dei bola ao que sentia e como de costume fui para a escola. Cursava a sétima série ou oitavo ano. Minha mãe estava internada. Não fui visitá-la na noite anterior. Talvez aquela angústia tenha sido por não tê-la visto.
  Como pude perceber pelo meu comportamento, o meu inconsciente tinha absorvido a informação dada por meu pai meses antes. Minha mãe tinha câncer e eu escondia fingia não conhecer a doença para poupar-me da dor.
  Enfim, toca o recreio e eu penso em minha mãe. Naquele momento não tive dúvida que a visitaria no fim da aula. Todos estavam excessivamente atenciosos naquela saída da escola. Eu percebi. Meu tio não foi me busar como de costume. Meu pai ia levar a mim e a meus irmãos para almoçarmos e algum lugar.
  Era estranho para mim todo aquele acontecimento. Havia algo errado e eu o sabia. Meu pai no carro me questiona e a meus irmãos sobre o conceito de ser vivo. Como sempre respondi, exatamente como a professora ensinara: nasce, cresce, reproduz e morre . O ciclo tinha encerrado para minha mãe.